Nos vídeos a seguir, veremos um belo exemplo de ser humano, que a frente do seu tempo, abre caminhos inimagináveis no campo da solidariedade e do amor aos mais pobres. Fica os belos registros e testemunhos de pessoas que conviveram com Dom Helder na luta pela dignidade humana.
segunda-feira, 27 de março de 2017
domingo, 26 de março de 2017
Da cítica do planejamento urbano a um planejamento urbano crítico.
O
planejamento urbano tem produzido pensamentos e abordagens diferentes quanto a
sua execução, seja por parte de pensadores esquerdistas, seja por parte dos pensadores
conservadores.
Na
perspectiva do pensamento marxista, se destacam alguns importantes pensadores,
entre eles, Castellis e Harvey, considerados sociólogos e geógrafos urbanos, além
do renomado Lefebvre, que segundo o texto, sofreu algumas objeções por parte de
Harvey e, especialmente, por parte de Castellis. Todos esses fizeram reverberar
a ideologia marxista aplicada ao tema do desenvolvimento das cidades.
Castellis
e Harvey, embora divirjam de Lefebvre em muitos pontos, dedicarão maior energia
em construir críticas ferrenhas ao pensamento conservador aplicado aos estudos
urbanos, especialmente, a Escola de Chicago, em meados das décadas de 20 e 30. Nesse
cenário, vão se contrapor tanto ao idealismo da Sociologia culturalista quanto
ao Darwinismo social dos sociólogos urbanos da Escola de Chicago.
Para os
pensadores marxistas, o problema está posto na redução dos conflitos sociais a
uma mera competição entre indivíduos, numa interface com as ideias
biológico-evolucionistas de “luta pela vida” e “sobrevivência do mais forte”,
subestimando assim, a existência dos condicionamentos impostos pelas
contradições de classe e recusando a interpretação dos conflitos também
enquanto luta de classes.
Para
Castellis e Harvey, era preciso promover uma espécie de “desnaturalização” da
análise da produção do espaço urbano, no sentido de historicizar os problemas
sociais manifestados na cidade, encarando o espaço urbano como um produto
social e os problemas urbanos como consequência direta das relações de produção
e de poder no mundo capitalista. Buscavam com isso, rechaçar a ideia de redução
dos indivíduos a meros consumidores, ou seja, aquela ingênua percepção de que a
sociedade nada mais é do que um agregado de indivíduos consumidores. Assim,
Castellis e Harvey proporão a “desideologização” do estudo da cidade, no
sentido de desnudar os limites e armadilhas da ideologia capitalista, numa
propositura que vai de encontro a politização dos estudos urbanos.
Sabe-se
que os marxistas divergiam em vários temas, mas suas ideias se tornaram
unificadas na denúncia do planejamento como um instrumento a serviço da
manutenção do status quo capitalista.
Assim, o planejamento teria por missão criar as condições para uma
sobrevivência do sistema a longo prazo – mesmo que, para isso, fosse
necessário, algumas vezes, ir contra interesses imediatos de alguns
capitalistas ou mesmo frações inteiras da classe capitalista.
Com o
enfraquecimento do pensamento marxista frente ao triunfalismo conservador, após
a queda do Muro de Berlim (1989), muitas dessas ideias perderam força. A crise
do marxismo enfraqueceu o seu discurso, embora não permitisse concluir que
houvesse falhado ou fosse desprovido de capacidade explicativa, independente do
autor ou do assunto sobre o qual se estivesse falando. Isso se verifica ao
perceber que as críticas marxistas ao planejamento encerram uma falácia, pois
revelam uma inconsistência lógica. Essa falácia é denominada de acidente e
apoia-se na generalização da crítica ao planejamento.
Essa
prática questionadora e profundamente crítica, não foi exclusividade apenas do
pensamento marxista, já que também os conservadores, construíram abordagens
críticas sobre o planejamento, a partir da frustação com os resultados da
intervenção estatal em geral. Percebeu-se a incapacidade de cumprir a promessa
implícita sugerida pelo espírito Keynesiano, ao qual se buscava evitar as
crises, na tentativa de salvar o capitalismo de si próprio ou mesmo fazê-lo
prospero. Com o esgotamento das estratégias Keynesianas, o neoliberalismo surge
e ganha força, eclodindo no mundo globalizado. Com isso, migra-se de um
planejamento regulatório a um planejamento apoiado nas ideias de gestão. O
planejamento assume uma subordinação ao mercado, acompanhando as suas
respectivas e surpreendentes tendências. Além deste, o planejamento de
facilitação, apreende uma nova abordagem, no qual buscava-se estimular a
iniciativa privada, numa estreita relação entre vantagens e regalias, a
exemplo, das isenções tributárias e subsídios diversos. E ainda, é possível
verificar um terceiro espectro de planejamento, que está alinhado a ideia de
administração privada, no qual enfatiza a parceria público/privada.
A grande
questão que está posta perante tudo isso é de como realizar com segurança o
percurso que vai da crítica do
planejamento urbano a um planejamento
urbano crítico?
Essa
parece ser a questão centralizadora, que expõe as inquietações sejam dos
marxistas, sejam dos conservadores. Com aplicabilidades e abordagens
diferenciadas, o que se extrai dessas realidades contraditórias, é uma inegável
necessidade de transição, que se fundamenta em novas perspectivas e
proposituras, dentre as quais, identifica-se um pensamento orientado para o futuro,
que possibilite fazer escolhas entre alternativas e considerar limites,
restrições e potencialidades, assim como, consideração de prejuízos e
benefícios. Além de tudo, busca-se uma maior lucidez quanto a verificação de
possibilidades que forneçam diferentes cursos de ação, os quais dependem de
condições e circunstâncias variáveis.
Nesse
sentido, é importante perceber que as diferentes correntes ideológicas sempre
estiveram envolvidas com o planejamento, embora fossem contrários em suas
tessituras e abordagens. Isso se verifica claramente nos sistemas de
planificação centralizada, os quais sempre buscaram firmar suas raízes em três
distintas correntes de oposição ao status
quo capitalista, a saber, o socialismo utópico, o anarquismo e o
materialismo histórico.
Também
se insere uma crítica a racionalidade instrumental e a Escola de Frankfurt, com
as ideologias de massas e a massificação dos meios de comunicação, entre seus
mais otimistas e pessimistas pensadores. Nesse sentido, Habermas vai apresentar
que a racionalidade instrumental orienta uma ação estratégica, cujo linguagem
não é usada para fins de entendimento, mas sim para fins de dominação e
cooptação. A racionalidade não deixa de apresentar o seu caráter aprisionador,
através da análise acrítica da adequação entre meios e fins. Entra-se em
confronto uma racionalidade instrumental X uma racionalidade comunicativa
aplicada ao planejamento.
Diante
do exposto, chega-se então a grande questão sobre o que de fato é um
planejamento crítico? Em linhas gerais, pode-se entendê-lo, como uma abordagem
que ultrapassa o senso comum, a ponto de questionar realidades que estão
postas, assim, como construções pré-estabelecidas, no sentido de buscar maior
sentido e experimentação. No planejamento crítico, busca-se superar as ideias
do tecnocratismo, a fim de alcançar outros referenciais de instrumentos que
possibilitem novas perspectivas de planejamento e gestão urbana.
Para
concluir, verifica-se a necessidade de se construir uma relação entre a evolução dos diversos
pensadores e suas ideologias no avanço de uma abordagem crítica do planejamento
a um planejamento urbano verdadeiramente crítico, que aprofunde e problematize
as questões urbanas, a partir dos diferentes ciclos econômicos e suas infinitas
conjecturas. Essas percepções, ajudam e corroboram com novas abordagens dos cenários
urbanos e maior percepção dos problemas e condicionantes encontrados dentro do
espaço urbano. Em qualquer cenário global, o que se verifica, é um caldeamento
de situações que atuam e exercem força sobre o cenário urbano.
Homenagem a Dom Marcelo - Arcebispo Emérito da Paraíba - Ao tratar sobre a questão agrária
Dom Marcelo Pinto Carvalheira Arcebispo Emérito da Paraíba, realizou a sua páscoa definitiva, mas deixou-nos um legado de ternura e amor aos pobres. Em seus discursos e homilias, a voz forte de pastor ecoava e fazia arder o coração. Homem profético, culto e de uma humanidade indescritível, que tão naturalmente deixava exalar, como um perfume de agradável odor. Nesse vídeo, Dom Marcelo aborda a temática agrária, com a delicadeza e genialidade que sempre lhe foram companheiras, chamando todos a uma profunda conversão, sem contudo, agredir a quem quer que fosse. Em suas palavras fez reverberar a mensagem evangélica com toda a sua força e contundência, numa ânsia profunda por colaborar com a construção de um mundo mais justo, fraterno e solidário. Obrigado Dom Marcelo por todos os ensinamentos e presença terna. Para sempre Dom Ternura em nossos corações e memórias.
quinta-feira, 23 de março de 2017
O veneno está na mesa!
O uso de agrotóxicos torna-se cada vez mais comum nos nossos dias. A todo momento somos advertidos sobre seus riscos, já que se encontram presentes em quase tudo que consumimos, sejam eles grãos, legumes, frutas e verduras, ou ainda, presentes em produtos industrializados, originários dessas fontes, como por exemplo, farinhas e massas. Em contrapartida, há quem defenda a necessidade do uso dos agrotóxicos, o que divide opiniões. Assim, o vídeo a seguir, problematiza a questão e provoca a nossa reflexão. Deixe seu comentário e vamos debater!
quarta-feira, 15 de março de 2017
Dialogando com Rui Moreira...
O vídeo a seguir nos convida a uma maravilhosa reflexão com o geógrafo Rui Moreira. Aproveitemos esse diálogo para aprender e discutir sobre a geografia em suas múltiplas linguagens. Deixe seu comentário!!!
quinta-feira, 9 de março de 2017
A globalização na música terceiro plural / Questão elaborada pelo professor e geógrafo Paulo Vital.
Analise a letra da musica a seguir e responda o que se pede.
Os diferentes modelos produtivos de cada momento do sistema capitalista, sempre foram o resultado da busca por caminhos para manter o crescimento da produção e do consumo. Assim sendo, a partir da compreensão da música e de seus conhecimentos, qual a relação existente entre globalização, sociedades de consumo e degradação ambiental. Utilize o espaço destinado aos comentários para responder e debater sobre o tema.
quarta-feira, 8 de março de 2017
O fenômeno da globalização segundo Milton Santos.
Para Milton Santos, a globalização é, de certa forma o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista. Esse conceito se materializa de diversas maneiras no nosso cotidiano, já que o processo de internacionalização, implica a construção de uma rede de comunicação, que interliga o local ao global, numa mútua relação de influência. Podemos falar de uma relação entre localismos e globalismos. Nessa dinâmica, somos em certo sentido massa de manobra e ao mesmo tempo, força motriz, que alimenta um sistema marcado por uma infinidade de possibilidades, expressas nos fluxos da globalização. Trocando em miúdos, a globalização produz e sustenta, o fluxo do capital, de mercadorias, de pessoas, de informação e, sobretudo, fluxos culturais, que contribuem para a construção da perspectiva de aldeia global. Essa perspectiva, além de alienante, esmaga as particularidades da identidade de cultural de cada povo, de suas etnias e processos históricos, reduzidos a uma padronização cultural.
É nessa perspectiva que Milton Santos nos apresenta o tema da globalização a partir de uma tríplice visão de mundo. Assim, esse grande geógrafo brasileiro, nos apresentará em seu livro "por uma outra globalização", o mundo como fábula,como perversidade e como possibilidade.
Em seu livro, Milton Santos afirma: "vivemos num mundo confuso e confusamente percebido. Haveria nisto um paradoxo pedindo uma explicação? De um lado, é abusivamente mencionado o extraordinário progresso das ciências e das técnicas, das quais um dos frutos são os novos materiais artificiais que autorizam a precisão e a intencionalidade. De outro lado, há, também, referência obrigatória à aceleração contemporânea e todas as vertigens que cria, a começar pela própria velocidade. Todos esses, porém, são dados de um mundo físico fabricado pelo homem, cuja utilização, aliás, permite que o mundo se torne esse mundo confuso e confusamente percebido." Aqui, torna-se clara a visão do autor, em reconhecer o progresso das ciências e das técnicas, reconhecidamente marcadas pela precisão e intencionalidade. De fato, o avanço das técnicas produziram uma profunda transformação na relação do ser humano com o espaço geográfico. Poderíamos dizer até que, essa transformação se mostra irreversível e veloz. Os sistemas produtivos se tornam cada vez mais equipados de uma força transformadora que tem influenciado o comportamento humano e suas mais variadas relações. Contudo, todo esse avanço, produz efeitos potencialmente perigosos, já que nutre o crescente interesse pelo consumo e pelo descarte. Consumimos mais recursos naturais e, consequentemente, também produtos industrializados, ações que, inevitavelmente, nos levam a descartar de forma mais rápida e danosa. Mergulhamos o planeta numa condição extrema de exploração e degradação. Essa degradação não se mostra apenas na perspectiva ambiental, as relações sociais, econômicas, políticas, também apontam para uma insustentabilidade, que concentra a riqueza nas mãos de uma minoria, aprofundando as mais diversas formas de exclusão social e empobrecimento.
Segundo Milton Santos, explicações mecanicistas são, todavia, insuficientes. É a maneira como, sobre essa base material, se produz a história humana que é a verdadeira responsável pela criação da torre de babel em que vive a nossa era globalizada. Quando se permite imaginar que se tornou possível a criação de um mundo veraz, o que é imposto aos espíritos é um mundo de fabulações , que se aproveita do alargamento de todos os contextos (M. Santos, A Natureza do espaço, 1996) para consagrar um discurso único. Seus fundamentos são a informação e o seu império, que encontram alicerce na produção de imagens e do imaginário, e se põe a serviço do império do dinheiro, fundado este na economização e na monetarização da vida social e da vida pessoal. De fato, se desejamos escapar à crença de que esse mundo assim apresentado é verdadeiro, e não queremos admitir a permanência de sua percepção enganosa, devemos considerar a existência de pelo menos três mundos num só. O primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal como ele é: a globalização como perversidade; e o terceiro, o mundo como ele pode ser: uma outra globalização.
Fonte: SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal / Milton Santos. - 22ª ed. - Rio de Janeiro: Record, 2012.
terça-feira, 7 de março de 2017
Zygmunt Bauman e a educação.
Para os professores que visitam o blog e outros interessados, sugiro que assistam essa entrevista com Zygmunt Bauman. Postem seus comentários e vamos refletir sobre educação.
A geografia também está presente na música. Vamos ouvir e aprender!
O lugar é uma das categorias de análise da geografia. A partir do lugar podemos compreender os processos de construção e integração desses ambientes. Nele também percebemos que o antigo e novo andam juntos e estão expressos nas diferentes arquiteturas, traçados das ruas e avenidas e em tantos outros elementos que traduzem o lugar. A ele estamos unidos por vínculos afetivos, nutrido por nossas experiências e identificação. Assim, os lugares se conectam e de diversas formas nos relacionamos com ele. Na música "o meu lugar", perceberemos a bela descrição que o autor faz sobre os elementos que compõem o seu lugar. A religiosidade, as festas, sua história, seu povo, sua identidade. Curta a música e reflita sobre a beleza do lugar que ela nos apresenta.
segunda-feira, 6 de março de 2017
Questão para exercitar - A Coreia do Norte e uso de armas nucleares
A Coreia do Norte afirma
ter conduzido com sucesso seu quinto e mais potente teste nuclear, aumentando a
tensão na região e os temores de que o país esteja incrementando um arsenal
nuclear de olho em possíveis conflitos militares. Sobre as repercussões
geopolíticas do fato, pode-se concluir que
(A)
O presidente sul-coreano, Park Geun-Hye,
classificou o teste de ato de "autodestruição" que expôs a
"imprudência maníaca" do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un.
(B)
As estimativas da potência da explosão desse
quinto teste são pouco precisas. Há especialistas que sugerem que ela atingiu
níveis inferiores à bomba lançada pelos Estados Unidos em Hiroshima, em 1945.
(C)
a Coreia do Norte diz ter
"miniaturizado" ogivas nucleares com sucesso - afirmação que pôde ser
comprovada de forma independente, e aferida por muitos especialistas em nível
global.
(D)
analistas acreditam que os primeiros testes
usaram plutônio. Não se sabe ao certo se o terceiro, em 2013, usou plutônio ou
urânio como matéria-prima. Mas acredita-se que essas ocasiões testaram bombas
atômicas de baixo risco mundial.
(E)
EUA, Rússia, China, Japão e Coreia do Sul
fizeram várias rodadas de negociações com os norte-coreanos, e estão conseguindo
demover Pyongyang da ideia de investir em armamento nuclear.
GABARITO - LETRA A
GABARITO - LETRA A
Questão para exercitar - Indústria 4.0
QUESTÃO
01
A indústria 4.0 é um conceito proposto
recentemente e que engloba as principais inovações tecnológicas dos campos de
automação, controle e tecnologia da informação, aplicadas aos processos de
manufatura. A partir de Sistemas Cyber-Físicos, Internet das Coisas e Internet
dos Serviços, os processos de produção tendem a se tornar cada vez mais
eficientes, autônomos e customizáveis.
Isso significa um novo período no
contexto das grandes revoluções industriais. Com as fábricas inteligentes,
diversas mudanças ocorrerão na forma em que os produtos serão manufaturados,
causando impactos em diversos setores do mercado.
Por
Cristiano Bertulucci Silveira. Disponível em: http://www.citisystems.com.br/industria-4-0/.
Acesso em 09/10/2016.
Fonte: http://www.group-promotion.com/industria-4-0/industria-4-0/. Acesso 06/03/17. |
Relacionando
o texto com o infográfico e considerando os seis princípios para o
desenvolvimento e implantação da indústria 4.0, pode-se concluir que os
sistemas de produção inteligentes que tendem a surgir nos próximos anos,
promoverão cada vez mais
(A) o aumento da capacidade de operação em
tempo real, fato, que consiste na aquisição e tratamento de dados de forma
praticamente instantânea. Mesmo que os encaminhamentos práticos exijam uma
escala de tempo maior na busca por soluções, a possibilidade de decisões
assertivas e produtivas está garantida.
(B) simulações utilizadas ainda em caráter
experimental, amparadas em sistemas supervisórios, que se expressam na
existência de uma cópia virtual das fabricas inteligentes, promovendo assim, a
rastreabilidade e o monitoramento remoto de todos os processos por meio dos
inúmeros sensores espalhados ao longo da planta.
(C) tomada de decisões a partir do sistema
cyber-físico respondendo as necessidades da produção em tempo real. As máquinas
atuarão autonomamente aplicando comandos que fornecerão informações sobre seu
ciclo de trabalho. Os módulos da fábrica inteligente trabalharão de modo
centralizado, independente da ação humana.
(D) orientação a serviços que se utilizarão
de arquiteturas de software orientadas a serviços aliado ao conceito de
Internet of Services, o que garantirá a interoperabilidade dos sistemas cyber-físicos (suportes de peças,
postos de reunião e produtos), sem necessariamente depender da Internet das
Coisas e da Internet.
(E) a modularidade da produção de acordo com
a demanda, possibilitando o acoplamento e desacoplamento de módulos na
produção. Essa característica, oferece flexibilidade para alterar as tarefas
das máquinas facilmente, garantindo uma produção mais personalizada e
sustentável.
GABARITO - LETRA E
GABARITO - LETRA E
domingo, 5 de março de 2017
Vamos trabalhar a geografia na poesia?
EU, ETIQUETA
Em minha calça está grudado um nome
que não é meu de batismo ou de cartório,
um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
que jamais pus na boca, nesta vida.
Em minha camiseta, a marca de cigarro
que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto
que nunca experimentei
mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
de alguma coisa não provada
por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
minha gravata e cinto e escova e pente,
meu copo, minha xícara,
minha toalha de banho e sabonete,
meu isso, meu aquilo,
desde a cabeça ao bico dos sapatos,
são mensagens,
letras falantes,
gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência,
costume, hábito, premência,
indispensabilidade,
e fazem de mim homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
seja negar minha identidade,
trocá-la por mil, açambarcando
todas as marcas registradas,
todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso de outros, tão mim mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
de sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio,
ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comparo, tiro glória
de minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias pérgulas piscinas,
e bem à vista exibo esta etiqueta
global no corpo que desiste
de ser veste e sandália de uma essência
tão viva, independente,
que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
minhas idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhavam
e cada gesto, cada olhar
cada vinco da roupa
sou gravado de forma universal,
saio da estamparia, não de casa,
da vitrine me tiram, recolocam,
objeto pulsante mas objeto
que se oferece como signo de outros
objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
de ser não eu, mas artigo industrial,
peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.
Em minha calça está grudado um nome
que não é meu de batismo ou de cartório,
um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
que jamais pus na boca, nesta vida.
Em minha camiseta, a marca de cigarro
que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto
que nunca experimentei
mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
de alguma coisa não provada
por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
minha gravata e cinto e escova e pente,
meu copo, minha xícara,
minha toalha de banho e sabonete,
meu isso, meu aquilo,
desde a cabeça ao bico dos sapatos,
são mensagens,
letras falantes,
gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência,
costume, hábito, premência,
indispensabilidade,
e fazem de mim homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
seja negar minha identidade,
trocá-la por mil, açambarcando
todas as marcas registradas,
todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso de outros, tão mim mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
de sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio,
ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comparo, tiro glória
de minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias pérgulas piscinas,
e bem à vista exibo esta etiqueta
global no corpo que desiste
de ser veste e sandália de uma essência
tão viva, independente,
que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
minhas idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhavam
e cada gesto, cada olhar
cada vinco da roupa
sou gravado de forma universal,
saio da estamparia, não de casa,
da vitrine me tiram, recolocam,
objeto pulsante mas objeto
que se oferece como signo de outros
objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
de ser não eu, mas artigo industrial,
peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.
Carlos Drummond de Andrade ANDRADE, C. D. Obra poética, Volumes 4-6. Lisboa: Publicações Europa-América, 1989.
Fonte: https://pensador.uol.com.br/frase/MjAyODM0/. Acesso em 06/03/17.
Monólogo Mundo Moderno - Chico Anysio
E vamos falar do mundo, mundo moderno
marco malévolo
mesclando mentiras
modificando maneiras
mascarando maracutaias
majestoso manicômio
meu monólogo mostra
mentiras, mazelas, misérias, massacres
miscigenação
morticínio, maior maldade mundial
madrugada, matuto magro, macrocéfalo
mastiga média morna
monta matumbo malhado
munindo machado, martelo
mochila murcha
margeia mata maior
manhazinha move moinho
moendo macaxeira
mandioca
meio-dia mata marreco
manjar melhorzinho
meia-noite mima mulherzinha mimosa
maria morena
momento maravilha
motivação mútoa
mas monocórdia mesmice
muitos migram
mastilentos
maltrapilhos
morarão modestamente
malocas metropolitanas
mocambos miseráveis
menos moral
menos mantimentos
mais menosprezo
metade morre
mundo maligno
misturando mendigos maltratados
menores metralhados
militares mandões
meretrizes marafonas
mocinhas, meras meninas,
mariposas
mortificando-se moralmente
modestas moças maculadas
mercenárias mulheres marcadas
mundo medíocre
milionários montam mansões magníficas
melhor mármore
mobília mirabolante
máxima megalomania
mordomo, mercedez, motorista, mãos
magnatas manobrando milhões
mas maioria morre minguando!
moradia meiágua, menos, marquise
mundo maluco
máquina mortífera
mundo moderno melhore
melhore mais
melhore muito
melhore mesmo
merecemos
maldito mundo moderno
mundinho merda!
Fonte: http://www.50emais.com.br/monologo-mundo-moderno/. Acesso em 05/03/17.
marco malévolo
mesclando mentiras
modificando maneiras
mascarando maracutaias
majestoso manicômio
meu monólogo mostra
mentiras, mazelas, misérias, massacres
miscigenação
morticínio, maior maldade mundial
madrugada, matuto magro, macrocéfalo
mastiga média morna
monta matumbo malhado
munindo machado, martelo
mochila murcha
margeia mata maior
manhazinha move moinho
moendo macaxeira
mandioca
meio-dia mata marreco
manjar melhorzinho
meia-noite mima mulherzinha mimosa
maria morena
momento maravilha
motivação mútoa
mas monocórdia mesmice
muitos migram
mastilentos
maltrapilhos
morarão modestamente
malocas metropolitanas
mocambos miseráveis
menos moral
menos mantimentos
mais menosprezo
metade morre
mundo maligno
misturando mendigos maltratados
menores metralhados
militares mandões
meretrizes marafonas
mocinhas, meras meninas,
mariposas
mortificando-se moralmente
modestas moças maculadas
mercenárias mulheres marcadas
mundo medíocre
milionários montam mansões magníficas
melhor mármore
mobília mirabolante
máxima megalomania
mordomo, mercedez, motorista, mãos
magnatas manobrando milhões
mas maioria morre minguando!
moradia meiágua, menos, marquise
mundo maluco
máquina mortífera
mundo moderno melhore
melhore mais
melhore muito
melhore mesmo
merecemos
maldito mundo moderno
mundinho merda!
Fonte: http://www.50emais.com.br/monologo-mundo-moderno/. Acesso em 05/03/17.
Para refletir...
"A capacidade de carga de uma ponte não é medida pela
capacidade média dos pilares, mas pela capacidade do pilar mais fraco. Eu
sempre acreditei que não se mede a qualidade de uma sociedade pelo seu Produto
Interno Bruto, mas pela qualidade de vida de seus membros mais fracos".
Zygmunt Bauman.
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