sábado, 1 de abril de 2017

O sertanejo e a sua bravura...

…as caatingas são um aliado incorruptível do sertanejo em revolta. Entram também de certo modo na luta. Armam-se para o combate; agridem. Trançam-se, impenetráveis, ante o forasteiro, mas abrem-se em trilhas multivias, para o matuto que ali nasceu e cresceu…”
(Euclides da Cunha, Os Sertões. Rio de Janeiro: FBN, p. 102.)

Para refletir com Rubem Alves...

Disponível em: http://www.portalraizes.com/clube-do-ipe-amarelo-rubem-alves-projeto-de-leitura/. Acesso em 01/04/17.

É preciso ensinar o transbordamento da felicidade – Rubem Alves

Quero falar da alegria de ser professor, pois o sofrimento de se ser um professor é semelhante ao sofrimento das dores de parto: a mãe o aceita e logo dele se esquece, pela alegria de dar à luz um filho.

Reli, faz poucos dias, o livro de Hermann Hesse, O Jogo das Contas de Vidro. Bem ao final, à guisa de conclusão e resumo da estória, está este poeminha de Rückert:

Nossos dias são preciosos,
mas com alegria os vemos passando
se no seu lugar encontramos
uma coisa mais preciosa crescendo:
uma planta rara e exótica,
deleite de um coração jardineiro,
uma criança que estamos ensinando,
um livrinho que estamos escrevendo.


Este poema fala de uma estranha alegria, a alegria que se tem diante da coisa triste que é ver os preciosos dias passando… A alegria está no jardim que se planta, na criança que se ensina, no livrinho que se escreve. Senti que eu mesmo poderia ter escrito essas palavras, pois sou jardineiro, sou professor e escrevo livrinhos. Imagino que o poeta jamais pensaria em se aposentar. Pois quem deseja se aposentar daquilo que lhe traz alegria? Da alegria não se aposenta.[…]

Para Zaratustra a felicidade começa na solidão: uma taça que se deixa encher com a alegria que transborda do sol. Mas vem o tempo quando a taça se enche. Ela não mais pode conter aquilo que recebe. Deseja transbordar. Acontece assim com a abelha que não mais consegue segurar em si o mel que ajuntou; acontece com o seio, turgido de leite, que precisa da boca da criança que o esvazie.

A felicidade solitária é dolorosa. Zaratustra percebe então que sua alma passa por uma metamorfose. Chegou a hora de uma alegria maior: a de compartilhar com os homens a felicidade que nele mora. Seus olhos procuram mãos estendidas que possam receber a sua riqueza. Zaratustra, o sábio, se transforma em mestre. Pois ser mestre e isso: ensinar a felicidade.

Rubem Alves em “A Alegria de Ensinar” – Versão PDF – Páginas 7/8/9 (Trechos)
Disponível em: http://www.portalraizes.com/rubem-alves-2/. Acesso 01/04/2017.

Consumo e descarte no documentário Ilha das Flores.

Um dos grandes problemas dos nossos dias está na relação consumo e descarte. Em todos os sistemas produtivos, resíduos dos mais diversos tipos são lançados no meio ambiente produzindo muitos impactos. Boa parte desses resíduos poderiam ser tratados antes de serem devolvidos a natureza ou até mesmo serem reaproveitados pelo próprio sistema produtivo. Contudo, o alto custo desses processos, acaba por desencadear atitudes irresponsáveis e muitas vezes criminosas, contribuindo para que grandes quantidades de poluentes sejam lançados todos os dias no meio ambiente sem qualquer tratamento. Além disso, milhares de pessoas que vivem numa condição extrema de pobreza, acabam sobrevivendo desses resíduos, numa condição degradante e perigosa. Que bom seria se enquanto humanidade fossemos capazes de perceber "que o supérfluo dos ricos é o necessário dos pobres, sabendo que, quem possui um bem supérfluo possui algo que não lhe pertence." E melhor ainda seria, se essa reflexão mudasse nossas relações, tornando-as mais conscientes, sensíveis e transformadoras.