A globalização e seus fluxos.


OBJETIVAS

QUESTÃO 01 (1,0)
(ENEM – 2010 / Questão Adaptada).
A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros, tudo se transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeira lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos altos-fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a escravização do homem que seu poder.
DEANE, P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado).

Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços tecnológicos ocorridos no contexto da Revolução Industrial Inglesa e as características das cidades industriais no início do século XIX?

(A)  A facilidade em se estabelecerem relações lucrativas transformava as cidades em espaços privilegiados para a livre iniciativa, característica da nova sociedade capitalista.
(B)  O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano aumentava a eficiência do trabalho industrial e a igualdade entre os donos do sistema produtivo e operários.
(C) O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais ocasionava o surgimento de aglomerados urbanos marcados por péssimas condições de moradia, saúde e higiene.
(D) A construção de núcleos urbanos integrados por meios de transporte facilitava o deslocamento dos trabalhadores das periferias até as fábricas.
(E)  A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as fábricas revelava os avanços da engenharia e da arquitetura do período, transformando as cidades em locais de experimentação estética e artística.

QUESTÃO 02 (1,0)
(Enem 2009/Questão Apaptada).
Populações inteiras, nas cidades e na zona rural, dispõem da parafernália digital global como fonte de educação e de formação cultural. Essa simultaneidade de cultura e informação eletrônica com as formas tradicionais e orais é um desafio que necessita ser discutido. A exposição, via mídia eletrônica, com estilos e valores culturais de outras sociedades, pode inspirar apreço, mas também distorções e ressentimentos. Tanto quanto há necessidade de uma cultura tradicional de posse da educação letrada, também é necessário criar estratégias de alfabetização eletrônica, que passam a ser o grande canal de informação das culturas segmentadas no interior dos grandes centros urbanos e das zonas rurais. Um novo modelo de educação.
BRIGAGÃO, C. E.; RODRIGUES, G. A globalização a olho nu: o mundo conectado. São Paulo: Moderna, 1998 (adaptado).

Com base no texto e considerando os impactos culturais da difusão das tecnologias de informação no marco da globalização, depreende-se que

(A)  a ampla difusão das tecnologias de informação nos centros urbanos e no meio rural suscita o contato entre diferentes culturas e, ao mesmo tempo, traz a necessidade de reformular as concepções tradicionais de educação.
(B)  a apropriação, por parte de um grupo social, de valores e ideias de outras culturas para benefício próprio é fonte de conflitos e ressentimentos, o que justifica o crescimento da xenofobia no cenário global e a redução dos processos migratórios.
(C) as mudanças sociais e culturais que acompanham o processo de globalização, ao mesmo tempo em que refletem a preponderância da cultura urbana, tornam obsoletas as formas de educação tradicionais próprias do meio rural. 
(D) as populações nos grandes centros urbanos e no meio rural recorrem aos instrumentos e tecnologias de informação basicamente como meio de comunicação mútua, e não os veem como fontes de educação e cultura.
(E)  a intensificação do fluxo de comunicação por meios eletrônicos, característica do processo de globalização, está dissociada do desenvolvimento social e cultural que ocorre no meio rural, já que este ainda mantem um certo distanciamento do mundo global.

QUESTÃO 03 (1,0)
O espaço mundial sob a “nova des-ordem” é um emaranhado de zonas, redes e “aglomerados”, espaços hegemônicos e contra-hegemônicos que se cruzam de forma complexa na face da Terra. Fica clara, de saída, a polêmica que envolve uma nova regionalização mundial. Como regionalizar um espaço tão heterogêneo e, em parte, fluido, como é o espaço mundial contemporâneo?
HAESBAERT, R.; PORTO-GONÇALVES, C.W. A nova des-ordem mundial. São Paulo: UNESP, 2006.
O mapa procura representar a lógica espacial do mundo contemporâneo pós-União Soviética, no contexto de avanço da globalização e do neoliberalismo, quando a divisão entre países socialistas e capitalistas se desfez e as categorias de “primeiro” e “terceiro” mundo perderam sua validade explicativa. Considerando esse objetivo interpretativo, tal distribuição espacial aponta para

(A)  a estagnação dos Estados com forte identidade cultural.
(B)  a influência das grandes potências econômicas.
(C) o alcance da racionalidade anticapitalista.
(D) a dissolução de blocos políticos regionais.
(E)  o alargamento da força econômica dos países islâmicos.

QUESTÃO 04 (1,0)
(Fuvest – SP)
O local e o global determinam-se reciprocamente, umas vezes de modo congruente e consequente, outras de modo desigual e desencontrado. Mesclam-se e tencionam-se singularidades, particularidades e universalidades. Conforme Anthony Giddens, “A globalização pode assim ser definida como a intensificação das relações sociais em escala mundial, que ligam localidades distantes de tal maneira que acontecimentos locais são modelados por eventos ocorrendo a muitas milhas de distância e vice-versa. Este é um processo dialético porque tais acontecimentos locais podem se deslocar numa direção inversa às relações muito distanciadas que os modelam. A transformação local é, assim, uma parte da globalização”.
Octávio Ianni, Estudos Avançados. USP. São Paulo, 1994. Adaptado.

Neste texto, escrito no final do século XX, o autor refere-se a um processo que persiste no século atual. A partir desse texto, pode se inferir que esse processo leva à

(A)  melhor distribuição de renda do planeta.
(B)  intensificação do convívio e das relações afetivas presenciais.
(C) maior troca de saberes entre gerações.
(D) padronização da vida cotidiana.
(E)  retração do ambientalismo como reação à sociedade de consumo.

DISCURSIVAS

QUESTÃO 05 (1,0)
Leia os textos a seguir e responda o que se pede.
TEXTO I - O desenvolvimento do capitalismo no pós-Segunda Guerra Mundial deve ser entendido como processo de consolidação dos oligopólios internacionais que deu origem às empresas multinacionais, sejam elas cartéis, trustes ou monopólios industriais e/ou financeiros [...] As multinacionais são, portanto, a expressão mais avançada de um capitalismo que, a partir da crise imperialista, moldou novas formas de organização interna e de relações de trabalho, que por sua vez, permitiram superar as contradições geradas pela disputa de mercados e fontes de matérias-primas entre as empresas nacionais [...]
ROSS, Jurandyr L. Sanches (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2012. p. 242, 245 – 246.
TEXTO II

Relacionando as informações apresentadas nos textos, descreva como a expansão das multinacionais impactaram as relações econômicas e de consumo no mundo globalizado.
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O estudante poderá explicar que essas empresas buscam se instalar em países onde possam encontrar mão-de-obra mais barata do que em seu país de origem e que apresentem menores custos para a produção de suas mercadorias, fato, que tem intensificado as relações econômicas internacionais e o incentivo ao consumo, que tem produzido o avanço do consumismo no cenário global.

QUESTÃO 06 (1,0)
A Guerra fria se manifestou em todos os setores da vida e da cultura. Nenhum país poderia ser, ao mesmo tempo, capitalista e consumista.
ARBEX JR., José. Guerra Fria: terror de Estado, política e cultura. São Paulo: Moderna, 2005. P. 11.

Considerando os contextos da Guerra Fria, justifique a afirmação acima.
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Os dois sistemas político-econômicos em questão representam visões antagônicas, por isso, não podiam coexistir no mesmo território. Os países do bloco socialista eram caracterizados por economias planificadas, nas quais o Estado tinha um papel controlador da economia, não havia propriedade privada e a produção não visava o lucro. Já no capitalismo o lucro, a propriedade privada e a sociedade organizada em classes sociais, configuram esse sistema.

QUESTÃO 07 (1,0)
Leia o texto a seguir sobre a Revolução Técnico-Científica-Informacional:
[...] a informática invadiu o setor financeiro, os sistemas de administração pública e privada; os serviços de transporte, saúde e educação. Os novos bens de consumo (computadores pessoais, celulares, produtos de multimídia) reorganizaram mercados e geraram uma imensa demanda [...] Essa revolução confirmou a liderança dos EUA, pois as empresas símbolos da nova era são, em geral, norte-americanas, sendo a Microsoft, a empresa do Vale do Silício (Califórnia) mais conhecida do mundo.
MORAES, Marco Antonio de; FRANCO, Paulo Sérgio Silva. Geografia Humana: o homem – origem, jornada e evolução tecnocientífica. Campinas: Átomo, 2011. p. 118 – 119.
Comprove o que está citado no texto anterior com três exemplos práticos da vida cotidiana.
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O Uso de computadores pessoais, conexão com a internet e informatização dos serviços de transporte.
QUESTÃO 08 (1,0)
Leia o texto a seguir e responda a questão.
Nos últimos anos, as sociedades capitalistas passaram por fortes mudanças sociais. A produção industrial foi reestruturada pela microeletrônica e pela robótica, alterando a relação do trabalhador com o tempo de produção, isto é, com a intensidade do trabalho. [...]
A velha sociedade capitalista se reinventou, mas continuou reproduzindo suas características mais centrais de divisão em classes sociais, de exploração e dominação do trabalho, de produção do lucro e de sua apropriação privada.
MACHADO, Igor; AMORIM, Henrique; BARROS, Celso Rocha de. Sociologia hoje. São Paulo: Ática, 2013. p. 185.
As características descritas no texto acima pertencem a qual das etapas da Revolução Industrial? Justifique sua resposta.
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O texto faz menção à Terceira Revolução Industrial. É possível justificar com o trecho “A produção industrial foi reestruturada pela microeletrônica e pela robótica”, que são setores industriais característicos do desenvolvimento tecnológico alcançado na terceira revolução industrial.

QUESTÃO 09 (1,0)
(UFF-RJ)
À porta do galinheiro, como se sabe, é a raposa que reivindica a derrubada dos obstáculos à livre circulação. Defrontada com o caçador, no entanto, ela abraça de uma hora para outra a causa da proteção dos parques naturais. Sempre foi assim.                                                           (PASSET, R. Elogio da globalização, 2003).

Vivemos num mundo confuso e confusamente percebido (...). De fato, para a grande maior parte da humanidade a globalização está se impondo como uma fábrica de perversidades (...). Todavia, podemos pensar na construção de um outro mundo, mediante uma globalização mais humana.
                                                                                             (SANTOS, M. Por uma outra globalização, 2000).

A globalização pode ser vista como um conjunto de estratégias para realizar a hegemonia de conglomerados industriais, corporações financeiras (...), para apropriar-se dos recursos naturais e culturais, do trabalho e do ócio e o dinheiro dos países pobres.                 (GARCÍA CANCLINI, N. A globalização imaginada, 2003)

Nas plataformas de convocação das manifestações de protestos contra as cúpulas internacionais, define-se o inimigo como “globalização econômica e livre-comércio”, “capitalismo global”, ao qual se deve contrapor uma “resistência global” para uma “justiça global” (...).
                                                                          (PORTA, D. O movimento por uma nova globalização, 2007)

Considerando a visão crítica sobre o processo de globalização, contida nas citações, indique e comente dois problemas sociais que justifiquem a frase “a globalização está se impondo como uma fábrica de perversidades”.
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De acordo com o geógrafo Milton Santos, a globalização como perversidade promove e/ou agrava danos à humanidade, tais como:
a) o desemprego, que aumenta e se torna quase crônico;
b) a fome e o desabrigo que se generalizam pelos continentes;
c) as novas enfermidades, como a AIDS que se instalam e as velhas doenças, como o cólera, a febre amarela e
a malária, que retornam com intensidade;
d) a mortalidade infantil que permanece, a despeito dos avanços médicos e sanitários;
e) a educação de qualidade que se torna mais e mais inacessível. E poder-se-ia acrescentar:
f) a dívida externa de países periféricos e semiperiféricos que se agrava;
g) o crime e a contravenção que se expandem, como o tráfico de drogas, de órgãos humanos, de armamentos,
de material radioativo, de bebês etc;
h) os limites de da sustentabilidade biosfera que começam a ser tocados e instabilizados.





QUESTÃO 10 (1,0)
Analise o texto a seguir e respnda o que se pede.
Pode-se falar em “fim do trabalho”? De “uma nova divisão internacional do trabalho”? Em “trabalho na era pós-moderna”? E o “domínio de marcas, patentes, conhecimento, inovação, pesquisas, design, tecnologias estratégicas de produto e de processo nas economias centrais”? Temos que desenvolver “pesquisa e inovação nas pequenas e médias empresas”,   para um novo modelo regional de desenvolvimento no século XXI? Estas e outras questões exprimem uma grande inquietação intelectual e política com transformações que vêm sendo operadas nas sociedades capitalistas ao longo dos últimos 30 anos.
Disponível em: http://ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13421. Texto adaptado. Acesso em 25/02/18.

Partindo do texto ofertado, esclareça como tantas inquietações se materializam na Nova Divisão Internacional do Trabalho.
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A Nova Divisão do trabalho produz o desmembramento das fábricas pelo mundo otimiza o lucro, deterioriza a concorrência, pulveriza melhores condições de trabalho e, em consequência, acentua a miséria e desigualdade social intra e inter-nações. Para essas empresas, não há interesse na padronização internacional de condições de trabalho. Como tem prevalecido essa lógica, as empresas que ainda pretendem sobreviver seguem o mesmo caminho, transferindo-se para países periféricos seus membros, ao passo que sua cabeça permanece ativa no país de origem, captando lucros e emanando comandos cada vez mais agressivos para alcançar a abastança seletiva.

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